Por Patrick Guimarães
Antes mesmo de chegar à Rússia, ainda dentro do avião, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro já estavam alimentando a “máquina de fake News”, maior aliada do governo desde sempre. Rapidamente, milhares de postagens afirmando que a Rússia estaria recuando suas manobras militares na Ucrânia, por causa de Bolsonaro, começaram a se espalhar pelas redes sociais.
Utilizando uma montagem atribuída à emissora de TV CNN, um post do ex-ministro Ricardo Salles, feito hoje (15/02), afirmava que “o presidente Jair Bolsonaro evitou a 3ª Guerra Mundial”. O canal afirmou se tratar de fake News.
Jair foi a um país comunista para posar de papagaio de pirata em um terreno desconhecido. Se a intenção foi aparecer bem na foto, um equívoco foi cometido. Pior que ainda tem gente que acredita na pose de “salvador” do messias brasileiro.
O presidente não tem as mínimas condições para colaborar com um suposto acordo de paz. Nem diplomáticas e muito menos econômicas. Não tem o que oferecer.
Enquanto o Brasil luta, sem sucesso há décadas, para ser aceito na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), assim como na elite da economia mundial, assistimos mais uma trapalhada institucional por parte do governo brasileiro.
Desde o mês passado, o país ocupa um assento no Conselho de Segurança da ONU, mas como membro rotativo, além de ter o status de aliado militar fora da Otan.
Bolsonaro parece desconhecer um dos principais motivos da crise entre Rússia e Ucrânia, que seria o ingresso do país sob ameaça de invasão na Otan, braço armado ocidental na Europa, considerada a maior ameaça ao suposto plano de invasão de Putin.
Bolsonaro disse que foi ao encontro do presidente da Rússia, Vladmir Putin, com o intuito de fortalecer a parceria econômica entre os dois países. Entretanto, o país asiático-europeu é comunista e representa tudo que Bolsonaro e seus apoiadores mais criticam. Será que o “mito” acha que Putin não sabe disso?
Por outro lado, o presidente russo vem tirando proveito da visita do brasileiro, em busca do aumento da sua influência na América Latina. Nada mau “formar” com o maior país do continente: o nosso.
A chegada de Bolsonaro à Rússia, no momento considerado mais crítico do impasse que pode resultar em guerra, também amplia o distanciamento diplomático entre o Brasil e os Estados Unidos, país que indica os rumos da economia mundial e dos conflitos bélicos. Além de ser governado por um presidente socialista (Joe Biden).
O Jair já foi e agora não tem mais jeito. Pena que vai voltar. Como gostaria de ler ou ouvir uma crônica do Arnaldo Jabor, falecido hoje (15/02/22), sobre esse assunto. No Brasil de hoje, os verdadeiros mitos são esquecidos ou ignorados, enquanto os falsos e mal-intencionados chegam ao poder. Chega a ser patético!
