Pela primeira vez desde o início dos julgamentos relacionados aos eventos do 8 de Janeiro, o Supremo Tribunal Federal (STF) alcança maioria para absolver um dos acusados. Trata-se de um morador de rua detido durante os tumultos ocorridos na data mencionada.
Os atos de violência do ano passado resultaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes em Brasília. O relator do caso, Alexandre de Moraes, seguiu a nova posição da Procuradoria-Geral da República (PGR), que alterou seu entendimento durante a instrução da ação penal, defendendo a absolvição de Geraldo Filipe da Silva, detido nas proximidades do Congresso Nacional.
Cinco ministros do STF, entre eles Cristiano Zanin, Flávio Dino e Cármen Lúcia, aderiram à visão da PGR e de Moraes. O relator enfatizou a escassez de elementos probatórios que vinculassem o réu aos atos de violência.
Registros em vídeo da prisão revelaram que Silva foi agredido por manifestantes, acusado injustamente de vandalismo. Sua defesa sustentou que, como morador de rua, ele foi cercado pelos vândalos, mas não participou dos atos de depredação.
O julgamento ocorreu no plenário virtual do STF, com os votos dos ministros sendo registrados remotamente, sem necessidade de reunião presencial. A sessão, iniciada em 8 de março, encerrou-se na sexta-feira (15/03).