Foto: Ricardo Stuckert/PR
Nesta sexta-feira (6/12), o Mercosul e a União Europeia anunciaram um acordo de comércio livre. A declaração ocorreu após a cúpula do Mercosul em Montevidéu, Uruguai. As negociações, que começaram em 1999 e só foram retomadas em 2019 a pedido da Comissão Europeia, agora estão concluídas. No entanto, a assinatura oficial aguarda a revisão jurídica e a tradução dos documentos.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, enfatizou os benefícios mútuos do acordo, destacando a proteção dos padrões de saúde e segurança alimentar europeus e a redução dos custos de exportação para a Europa, que podem alcançar até 4 bilhões de euros por ano.
O principal objetivo desse acordo é eliminar ou reduzir tarifas de importação e exportação, além de fortalecer a cooperação política e ambiental e harmonizar normas sanitárias e fitossanitárias. Embora tenha sido assinado em 2019, a ratificação enfrenta resistência, especialmente na França, onde há preocupações com a concorrência dos produtos sul-americanos.
O Brasil, como maior beneficiário, espera um crescimento econômico significativo e um aumento nas exportações, especialmente no setor agrícola. O acordo também traz desafios, principalmente devido à maior competição europeia em setores industriais. O governo brasileiro vê o acordo como vantajoso, mas reconhece a necessidade de adaptação da indústria nacional.
O próximo passo é a revisão legal e a tradução do acordo, seguida pela aprovação interna nos parlamentos do Mercosul e da União Europeia. A França, com sua forte oposição, pode ser um obstáculo significativo, pois a aprovação requer o apoio de uma maioria qualificada.
Além dos benefícios econômicos, o acordo fortalece a integração regional do Mercosul e promove valores e interesses comuns com a União Europeia, como a defesa da democracia, direitos humanos, paz e sustentabilidade. Espaços de diálogo estabelecidos pelo acordo permitirão maior coordenação entre as duas regiões.