A Polícia Federal (PF) desencadeou na sexta-feira uma operação direcionada a combater a corrupção na Polícia Civil do Rio de Janeiro. Os alvos desta ação são três agentes e um delegado, acusados de desviar uma parte de uma apreensão de cocaína ocorrida em dezembro de 2020, quando estavam alocados na 25ª Delegacia de Polícia (DP) do Engenho de Dentro.
Renato dos Santos Mariano, que já foi titular naquela DP, está entre os suspeitos. A 5ª Vara Federal Criminal do Rio determinou o afastamento dos quatro investigados de suas funções e o uso de tornozeleiras eletrônicas.
A Polícia Civil anunciou que foram abertos procedimentos internos disciplinares para investigar o caso. No dia anterior, quatro policiais foram presos em uma ação da PF por suspeita de receberem propina em troca da liberação de um caminhão carregado com maconha. Na ocasião, eles estavam na Delegacia de Repressão a Furtos de Cargas (DRFC).
Na sexta-feira, aproximadamente 50 agentes federais participaram da “Operação Déjà Vu”, realizando oito mandados de busca e apreensão na capital e na cidade de Araruama, na Região dos Lagos. Os endereços incluíram a 33ª DP (Realengo), onde os quatro investigados estavam atualmente lotados, e uma mansão em Vargem Grande, Zona Oeste do Rio. Bens avaliados em R$ 5 milhões pertencentes aos suspeitos foram apreendidos, e cerca de R$ 70 mil em dinheiro, tanto em reais quanto em dólares, foram encontrados em uma das residências.
Essa operação é um desdobramento da “Operação Turfe”, iniciada em fevereiro do ano passado para combater o tráfico internacional de drogas. Em dezembro de 2020, a PF monitorava uma carga de 500 kg de cocaína que seria exportada em contêineres a partir do Porto do Rio. Durante a operação, uma equipe da Polícia Civil interceptou o caminhão que transportava a droga na saída do Complexo da Maré e efetuou a prisão em flagrante do motorista.
Segundo a PF, os policiais civis relataram ter retido sete malas contendo aproximadamente 220 kg de cocaína, mas outras dez malas, contendo 280 kg do entorpecente, teriam sido desviadas. O nome da operação, “Déjà Vu,” faz alusão à sensação de já ter vivido uma situação semelhante no passado.
