Nesta quarta-feira (15/01), no Complexo do Alemão, localizado na zona norte do Rio de Janeiro, um incidente ocorreu durante uma operação policial. Um blindado da Polícia Militar, conhecido como caveirão, perdeu o controle enquanto descia uma ladeira, colidindo com três carros e uma moto, e por pouco não atingiu um morador local. A operação faz parte da “Operação Torniquete”, destinada a desmantelar a “Caixinha do Comando Vermelho”, um esquema financeiro que suporta as atividades da organização criminosa através de lavagem de dinheiro.
Além do Complexo do Alemão, a operação se estendeu até o Complexo da Penha, com o objetivo de executar 13 mandados de prisão. Originalmente, o plano era prender 14 indivíduos, mas após a morte de um dos alvos em um conflito territorial, o número foi reduzido. As forças de segurança enfrentaram resistência significativa: traficantes organizaram barricadas e espalharam óleo nas ruas para dificultar o avanço dos blindados.
Em resposta, policiais militares utilizaram maçaricos para remover trilhos de trem usados como barreiras e retroescavadeiras para auxiliar na remoção de outros obstáculos. Durante a operação, houve relatos de invasões de residências por policiais, que realizaram buscas e verificação de celulares sem autorização judicial.
Até agora, a operação resultou em três suspeitos mortos, 12 presos (incluindo 8 por mandados de prisão e 4 em flagrante), e 7 feridos, incluindo um agente do Batalhão de Operações Especiais (BOPE). Além disso, cinco suspeitos conseguiram fugir.
O principal alvo da operação era Edgar Alves de Andrade, 54 anos, também conhecido como Doca ou Urso, líder do esquema e acusado de uma série de crimes graves. A Secretaria de Segurança também está investigando um possível vazamento de informações que poderia ter alertado sobre a operação policial.
As investigações, apoiadas pelo Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro, revelaram um complexo sistema de manipulação financeira com mais de 5 mil transações ilegais, totalizando R$ 21 milhões provenientes de atividades criminosas.
Foto: Reprodução/Internet