Com valor histórico inestimável, Fazenda Colubandê continua abandonada

Foto: Divulgalção
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Por Patrick Guimarães

No próximo sábado (22/05), às 10h, integrantes do “Coletivo Fazenda Colubandê – QUEM AMA CUIDA” vão realizar uma transmissão ao vivo em uma rede social para discutir sobre o tema “Educação para o patrimônio & Fazenda Colubandê”.

Segundo os organizadores, a iniciativa é financiada pela Lei Aldir Blanc e Fundo Nacional de Cultura. Entre os (as) ativistas dedicados (as) à recuperação do patrimônio histórico, que fica em São Gonçalo, a atriz bonequeira Cleise Campos ressalta a importância sobre a ocupação e restauração do espaço, assim como também torná-lo acessível aos gonçalenses e demais visitantes.

“O Coletivo Fazenda Colubandê QUEM AMA CUIDA, organizado no final do ano 2012, promove atividades especiais nestes meses de maio, junho e julho, com ações em atenção à Fazenda Colubandê”, explica Cleise.

Devido à recusa dos últimos governos municipais de São Gonçalo para assumir a gestão do espaço, a sociedade civil se mantém atuante no sentido de alertar sobre as condições atuais da fazenda.

A transmissão online deste sábado (22) também apresentará um momento de recordações, com imagens e retratos da fazenda. Entre as propostas do coletivo está a implantação da Feira Gastronômica Cultural, às sextas-feiras, sábados e domingos. A ideia tem o objetivo de integrar atividades de arte, venda de produtos artesanais, agricultura familiar, educação para o patrimônio, turismo e economia da cultura, com realização no entorno da Fazenda.

Área externa dentro do casarão principal da fazenda

Os representantes do coletivo e convidados também vão abordar sobre a necessidade de preservação do patrimônio histórico. Para acompanhar a live acesse o link:

www.facebook.com/ocupacaofazendacolubande.

De quem é a responsabilidade?

A gestão da propriedade está a cargo do Governo do Estado, via Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa.

O histórico de degradação do patrimônio se iniciou em julho de 2012, quando o Batalhão de Polícia Florestal e do Meio Ambiente (BPFMA) deixou de ocupar a propriedade. O local passou a sofrer saques e vandalismo. As atividades promovidas pelo “Coletivo Fazenda Colubandê – QUEM AMA CUIDA” amenizaram a situação nos últimos anos.

Em novembro do ano passado, o governo estadual confirmou o retorno da sede do BPFMA para o local. Entretanto, nada foi resolvido e o impasse continua, como um capítulo decadente na direção contrária à imponência do lugar em outros tempos.

Fachada da capela construída em 1618

Uma parte da história ignorada

Tombada como patrimônio histórico em 1937 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), a Fazenda Colubandê tem grande valor como marco da arquitetura rural brasileira.

Localizada às margens da Rodovia Amaral Peixoto (km 10), a propriedade está entre as fazendas coloniais mais importantes do país. No século XVII, a propriedade foi comprada por Duarte Ramires de Leão. Sua família viveu até o século de XVIII, período no qual a propriedade se transformou em uma das maiores produtoras de cana-de-açúcar da região.

Historiadores estimam que a construção foi realizada antes de 1620. O casarão foi construído em estilo barroco e conta com 38 cômodos, incluindo quatro no subsolo, onde ficavam as senzalas que abrigavam os escravos.

Interior da capela depredado: abrigava obras do século XVII

Talvez a Capela de Santana, antes chamada Capela de Monserrate, seja a maior preciosidade do lugar. Atualmente depredada, o espaço também é um dos marcos religiosos na história do Brasil e foi construída para o batizado do filho de Duarte Ramires de Leão, em 1618.

Fotos: Reprodução Internet

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