Nesta semana, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), assegurou durante a entrega das obras de Revitalização do Cais do Valongo, no Centro, que não permitirá que a cidade se torne um “centro de São Paulo, numa Cracolândia”. O pronunciamento foi feito sob a supervisão do médico sanitarista e secretário municipal de saúde do Rio de Janeiro, Daniel Soranz (PSD). Paes revelou que a administração municipal está desenvolvendo um plano para auxiliar os dependentes químicos que recusam acolhimento. Ele destacou que não ficará passivamente diante das pessoas “morrerem nas ruas por drogadição” e reiterou que a situação vivida por dependentes químicos na Cracolândia, em São Paulo, não deve ser normalizada.
O plano em questão propõe a internação compulsória de usuários de drogas que vivem nas ruas do Rio de Janeiro. Na terça-feira (21), Paes anunciou que a prefeitura solicitou a elaboração de uma proposta para viabilizar essa medida. O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, afirmou que o programa será permanente, realizado em unidades próprias do município e supervisionado por profissionais de saúde especializados em tratamento de dependência química. Ele também destacou que critérios serão estabelecidos para as internações.
É válido observar que a internação compulsória de usuários de drogas não é recomendada por órgãos internacionais. O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) afirmou em relatório que o tratamento compulsório de drogas é antiético, ineficaz para melhorar os resultados da saúde e segurança pública, e está associado a impactos negativos em relação à reincidência criminal e ao uso de drogas.
