Enfrentando sua pior seca em quase um século, o governo brasileiro prepara um decreto temporário que pode levar ao racionamento de energia elétrica. Caso isso ocorra, o decreto deverá ser aprovado pelo Congresso e pode gerar a criação de uma comissão que aja sobre medidas mais drásticas para controlar o uso de energia elétrica, caso a escassez ameace desacelerar a recuperação econômica do Brasil.
Em nota, o Ministério de Minas e Energia afirmou que o governo e órgãos estaduais estão trabalhando para garantir a segurança energética e evitar ter que racionar eletricidade este ano.
Embora cerca de 65% da eletricidade gerada no Brasil venha de hidrelétricas, o país diversificou bem sua matriz energética desde o racionamento obrigatório de eletricidade em 2001, disse o ministério.
O Brasil mais que dobrou suas linhas de transmissão de energia, para mais de 164.000 quilômetros (101.900 milhas), permitindo que “consumidores de um canto do país consumam eletricidade gerada em outro”, reduzindo assim a dependência de fontes locais de energia.
A seca forçará o Brasil a depender mais de energia térmica, que é mais cara, para compensar a redução na geração hidrelétrica, devido aos baixos níveis de água nos reservatórios, divulgou o Operador Nacional da Rede Elétrica (ONS), na semana passada.
O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico do país – formado por órgãos governamentais e técnicos, incluindo o ONS – aprovou potenciais medidas para atender à demanda, como geração térmica extra e importação de energia da Argentina e do Uruguai.
De acordo com executivos do mercado elétrico, a pior seca do Brasil em quase um século já elevou os preços da eletricidade em 40% este ano, aumentando os custos para grandes consumidores industriais.
Fonte: Reuters