Epstein afirmou ser o único capaz de “derrubar” Donald Trump, revelam novos e-mails

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Foto: Divulgação/Reprodução
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Arquivos divulgados pelo Congresso dos EUA mostram troca de mensagens entre o empresário e contatos próximos mencionando o então presidente

Uma nova leva de e-mails do empresário norte-americano Jeffrey Epstein, tornada pública na quarta-feira (12), revela mensagens em que ele afirma ser o “único capaz de derrubar” o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Os registros fazem parte de aproximadamente 20 mil documentos liberados por deputados norte-americanos e ligados às investigações que incriminaram Epstein.

Entre os arquivos está uma troca de mensagens de dezembro de 2018, na qual um contato não identificado comenta a situação política do momento e menciona Trump, que cumpria seu primeiro mandato. Na resposta, Epstein afirma: “Eu sou o único capaz de derrubá-lo”. Àquela altura, a Justiça avançava nas investigações que levariam à prisão do bilionário meses depois. Ambos já haviam rompido a amizade.

Epstein e Trump foram próximos por cerca de duas décadas, principalmente entre os anos 1990 e início dos anos 2000, mas a relação deteriorou após divergências pessoais. Reportagens publicadas no fim de 2018 revelaram que um secretário do governo Trump havia assinado um acordo extrajudicial que beneficiou Epstein em um caso de abuso sexual de menores mais de dez anos antes. A repercussão levou o Departamento de Justiça a abrir uma investigação criminal contra o empresário, aumentando a tensão entre as partes.

Outras mensagens divulgadas mostram menções ocasionais ao presidente. Em 2015, quando questionado por um conhecido sobre a economia, Epstein afirmou que “Trump estava amedrontando os mercados, não a China”, em referência à intenção do republicano de concorrer à Casa Branca.

O Congresso norte-americano também tornou públicos e-mails que sugerem que Trump poderia ter conhecimento de comportamentos atribuídos a Epstein. Em um deles, o empresário afirma que o presidente passou “horas” em sua casa na companhia de uma das vítimas. Trump nunca foi investigado no caso e afirma ter se afastado do bilionário quando surgiram as acusações.

Epstein foi preso em julho de 2019, acusado de operar uma rede de exploração sexual envolvendo mais de 250 meninas menores de idade. Um mês depois, segundo autoridades, tirou a própria vida na cela.

Durante a campanha de 2024, Trump declarou que tornaria públicos documentos sigilosos sobre o caso caso retornasse à presidência, mas após assumir o cargo mudou o discurso, chegando a qualificar como “farsa” uma suposta lista de clientes do empresário. A postura gerou frustração entre apoiadores e aumentou a pressão política para que todos os arquivos fossem revelados.

Na quarta-feira (12/11), a Câmara dos Deputados dos EUA atingiu o número necessário de assinaturas para votar uma moção que obriga o governo a divulgar integralmente os documentos da investigação. A proposta conta inclusive com apoio de parlamentares republicanos, embora analistas indiquem que a medida deve ser barrada no Senado. Mesmo em caso de aprovação, Trump ainda teria o poder de vetá-la, o que poderia gerar desgaste político.

Foto: Divulgação / Internet

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