Fórum de Atenção Psicossocial debateu saúde mental de crianças e adolescentes

Foto: Divulgação/Reprodução
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Evento contou com a presença de trabalhadores da área da saúde, representantes da Secretaria de Educação, de outras estruturas municipais, e foi aberto ao público

A secretaria de Saúde de Maricá promoveu o Fórum de Atenção Psicossocial no auditório do Banco Mumbuca, no Centro, onde foram realizados diálogos plurais sobre o tema “A juventude perigosa? Efeitos da construção da periculosidade no campo da atenção psicossocial infantojuvenil”. O evento teve como objetivo discutir os cuidados com saúde mental de crianças e adolescentes, propondo novas estratégias e abordagens.

No Fórum de Atenção Psicossocial, foram compartilhadas experiências de profissionais de saúde mental, além de testemunhos de usuários dos serviços oferecidos. O fórum contou com a presença de trabalhadores da área da saúde, representantes da Secretaria de Educação, de outras estruturas municipais, e foi aberto ao público.

Durante o debate principal, Patrícia Schmid, psiquiatra e superintendente do Núcleo de Educação Permanente em Saúde (Neps) da Fundação Estatal de Saúde de Maricá (Femar), explicou que os diálogos apresentam uma realidade que necessita de mudanças, com novas abordagens para a saúde mental.

“Temos uma vida cada vez mais marcada pela violência, o que atinge principalmente as crianças e adolescentes. Por isso, devemos debater esse tema complexo, que não é resolvido com medicação: é preciso outro olhar, compreendendo as histórias e subjetividades de crianças e adolescentes. Não podemos responder violência com violência, devemos conversar sobre essas realidades e construir caminhos”, destacou.

Vitor Leonardo dos Santos, estudante e usuário dos serviços de atenção psicossocial, garantiu que o acolhimento recebido no Caps fez a diferença no seu tratamento.

“Eu passei por acompanhamento no Caps desde 2019 e, com esse cuidado, vi uma melhora na saúde mental. O convívio social e a inclusão foram muito fundamentais. Tive a oportunidade de evoluir e contar a minha história de uma forma que teve respostas excelentes”, avaliou.

O Fórum de Atenção Psicossocial também contou com a presença de Isabela Brito da Silva, psicóloga pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e especialista em Saúde da Família pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); e André Francisco da Silva, médico do Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (Capsi).

Serviços de Atenção Psicossocial

Em Maricá, há três Centros de Atenção Psicossocial (Caps), direcionados a diferentes públicos com sofrimento psíquico grave ou persistente, com atendimento por demanda espontânea (livre procura) ou encaminhamento de outros serviços. O Caps Gilberto da Silva Santos (Caps 3) conta com acolhimento multiprofissional 24 horas para pessoas de todas as faixas etárias. O Caps Álcool e Outras Drogas (CapsAd) atende pessoas com uso prejudicial de substâncias psicoativas e o Capsi assiste crianças e adolescentes com sofrimento psíquico.

Na cidade, também há quatro Equipes Multidisciplinares de Atenção Psicossocial (Emap) que se dividem por distrito e operam de modo volante, atuando em cada uma das Unidades de Saúde da Família (USF) de Maricá. As equipes de saúde da família acionam os profissionais da Emap para apoiar os casos de sofrimento psíquico moderado, como ansiedade, depressão, transtornos de humor ou de personalidade.

As Emap trabalham a partir da identificação das complexidades em saúde mental e da avaliação da equipe de saúde da família. Com isso, atuam em diálogo com as equipes de estratégia de saúde da família das USF e do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), construindo estratégias de compartilhamento do cuidado, com foco na atenção integral à saúde.

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