Emmanuel Macron, presidente da França _ Foto: Ludovic Marin/AFP
Nesta terça-feira, o governo francês, durante um debate na Assembleia Nacional, reafirmou com veemência sua oposição ao acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, especialmente em sua versão atual. Enquanto isso, os protestos agrícolas continuam. A ministra da Agricultura, Annie Genevard, argumentou que a França descarta categoricamente o acordo na forma como está proposto, salientando que essa resistência é pragmática e não ideológica, pois a França não se opõe a princípio aos acordos de livre comércio.
A oposição ao acordo é ampla e varia desde a esquerda radical até a extrema direita. Essa oposição também reflete o sentimento do presidente francês, Emmanuel Macron, e seu governo, que nas últimas semanas reforçaram sua rejeição à proposta atual do acordo. Contudo, essa posição unânime enfrenta desafios, pois não é totalmente compartilhada por todas as facções políticas, o que cria incerteza sobre a pressão que a Assembleia Nacional deseja exercer sobre a Comissão Europeia.
A crítica também atinge a agropecuária brasileira, exemplificada pela deputada de extrema direita Hélène Laporte, que condena práticas como o uso de antibióticos como promotores de crescimento. O cenário é complicado pela pressão de países como Alemanha e Espanha, que estão ansiosos para finalizar o acordo com o Mercosul até o final do ano, apesar dos receios dos agricultores europeus de uma invasão de produtos como carne e açúcar, o que já levou os agricultores franceses a protestar com tratores nas estradas nesta terça-feira.