A prisão do empresário Matheus Possebon, durante o desembarque do cruzeiro temático do cantor Alexandre Pires, levou à tona investigações sobre um esquema de garimpo ilegal envolvendo a Terra Indígena Yanomami. Possebon é um dos suspeitos de movimentar uma quantia surpreendente de R$ 250 milhões em transações com cassiterita, minério extraído clandestinamente e utilizado na fabricação de diversos produtos.
A Operação “Disco de Ouro”, desencadeada pela Polícia Federal, busca desmantelar um esquema intricado de “lavagem” de cassiterita, onde o minério é falsamente declarado como proveniente de garimpos regulares, quando, na verdade, é extraído da própria Terra Indígena Yanomami. A investigação revela uma cadeia produtiva fraudulenta, incluindo a participação de pilotos de aeronaves, postos de combustíveis e laranjas para ocultar as atividades ilícitas.
O cantor Alexandre Pires, figura proeminente na música brasileira, é suspeito de receber mais de R$ 1 milhão proveniente de uma mineradora envolvida no esquema. Conduzido à sede da Polícia Federal, Pires prestou esclarecimentos e seu advogado, Luiz Flávio Borges D’Urso, assegura que o artista jamais teve envolvimento com garimpo ou extração de minério.
A Opus Entretenimento, responsável pela carreira de Alexandre Pires, expressou solidariedade ao cantor, confiando na idoneidade do artista. A operação resultou em dois mandados de prisão e seis de busca e apreensão, abrangendo diversas cidades do Brasil e evidenciando a dimensão nacional desse esquema ilícito.