Os bancos aumentaram em 8,7 pontos percentuais os juros médios cobrados no rotativo do cartão de crédito entre junho e julho, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central. A taxa saltou de 437,0% para 445,7% ao ano.
O rotativo do cartão de crédito, considerada a modalidade mais cara do mercado, é foco de discussões econômicas e políticas. Um grupo de trabalho formado pelo Ministério da Fazenda, Banco Central e bancos está analisando alternativas para lidar com as altas taxas.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, indicou que uma solução estava encaminhando-se para o fim do rotativo, com a dívida do cartão sendo automaticamente transferida para o parcelado com juros mais baixos. Desde 2017, os bancos são obrigados a fazer essa transferência após um mês.
Campos Neto também sugeriu a possibilidade de uma tarifa de desincentivo para o parcelado sem juros “longo”, uma vez que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é contrário ao fim do parcelamento sem cobrança de taxas.
Na última semana, o deputado Alencar Santana (PT-SP) propôs, em seu parecer sobre o projeto do Desenrola, limitar a taxa no rotativo e no parcelado com juros ao valor do principal da dívida, caso os bancos não apresentem uma autorregulação em 90 dias após a entrada em vigor da lei.
No caso do parcelado, os juros subiram de 196,1% para 198,4% ao ano entre junho e julho. Considerando o juro total do cartão de crédito, que engloba operações do rotativo e do parcelado, a taxa caiu de 104,2% para 102,7%.