Maricá, localizada no litoral fluminense, sempre gerou dúvidas sobre sua real ligação com a famosa Região dos Lagos. Vizinha de Saquarema, último município do tradicional circuito lagunar, a cidade compartilha as mesmas características naturais: praias oceânicas extensas e lagoas costeiras interligadas.
Mesmo assim, durante décadas, prevaleceu a ideia de que a Região dos Lagos era composta apenas por sete cidades — Araruama, Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia e Saquarema — deixando Maricá de fora.
Apesar disso, o município possui mais de 46 km de praias e seis lagoas em seu território, atributos que reforçam sua identidade de cidade balneária.
Turisticamente, Maricá é considerada a “porta de entrada” da Costa do Sol, marca oficial criada pelo governo do estado para promover os destinos litorâneos que vão de Quissamã até Maricá. Ou seja, ainda que não esteja listada na divisão clássica, no imaginário turístico a cidade integra plenamente esse cenário ensolarado.
Transformações na classificação oficial
No campo administrativo, a posição de Maricá variou bastante ao longo do tempo. Em 1974, a cidade foi incluída na recém-criada Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Já em 1995, uma lei estadual reconheceu a chamada “Região dos Lagos Fluminenses”, incluindo Maricá nesse conjunto de municípios litorâneos.
A mudança mais marcante ocorreu em 2002, quando o governo estadual retirou Maricá da Região Metropolitana e a vinculou oficialmente à Região dos Lagos, sob o argumento de que a cidade tinha vocação essencialmente turística.
Contudo, em 2009, uma nova lei reintegrou o município ao Grande Rio, junto com Itaguaí, devido ao crescimento da integração urbana e econômica da região, especialmente após a instalação do Complexo Petroquímico de Itaboraí (COMPERJ).
Desde então, Maricá participa ativamente dos fóruns metropolitanos e do planejamento regional, reforçando seu papel estratégico para mobilidade, habitação e infraestrutura.
Identidade turística e pertencimento cultural
Mesmo com idas e vindas administrativas, Maricá nunca deixou de ser vista como cidade balneária. Suas praias e lagoas continuam a atrair visitantes, e sua inclusão na Costa do Sol fortalece sua posição no turismo estadual. Eventos, roteiros ecológicos e festivais culturais consolidam a imagem de Maricá como destino integrado aos balneários vizinhos.
Por outro lado, a condição de cidade metropolitana trouxe acesso a recursos e projetos compartilhados, ampliando investimentos em transporte, saneamento e habitação. Assim, Maricá equilibra sua vocação turística com os benefícios de estar alinhada à metrópole, sem perder sua essência litorânea.
Conclusão
Atualmente, Maricá faz parte oficialmente da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. No entanto, geograficamente e culturalmente, mantém fortes laços com a Região dos Lagos e com a Costa do Sol. Essa dupla identidade — balneária e metropolitana — tem permitido que a cidade cresça, atraia novos moradores e fortaleça sua economia, unindo o melhor dos dois mundos.