Na terça-feira à noite, 1º de abril, uma grande manifestação tomou forma em Niterói, com motoboys percorrendo bairros da Zona Sul, Zona Norte e da Região Oceânica. Eles exigiram melhores condições de trabalho nas plataformas de entrega por aplicativo, parte de uma crescente mobilização nacional. O movimento começou na segunda-feira (31/03) expressando o descontentamento com os baixos valores pagos por entrega e a ausência de regulamentações para segurança e remuneração justa.
Os motoboys e ciclistas de apps apresentaram reivindicações claras: fixação de um valor mínimo de R$ 10 por corrida, aumento do valor por quilômetro rodado de R$ 1,50 para R$ 2,50, um limite de 3 km para entregas por bicicleta, e pagamento individualizado por pedido em corridas agrupadas.
No Rio de Janeiro, especificamente próximo à Avenida Maracanã em Tijuca, o protesto culminou com a detenção de 12 pessoas. A Polícia Militar interveio quando os manifestantes impediam outros profissionais de trabalhar. A área viu um reforço no policiamento, e os detidos foram levados à 19ª Delegacia de Polícia, acusados de coação e violência durante o ato.
Em São Paulo, um grande grupo de motociclistas e ciclistas também se manifestou no Centro. Armados de faixas e cartazes, eles criticaram o modelo operacional das plataformas de entrega, integrando-se à mobilização nacional, que foi amplamente organizada através das redes sociais.
A Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec) reagiu, afirmando que suas empresas associadas, como iFood, Rappi e 99, buscam equilibrar os interesses de entregadores e consumidores. A associação apoia a regulamentação do setor, focando na segurança jurídica e proteção social. A Amobitec também destacou que a renda média dos entregadores teve um aumento real de 5% acima da inflação, alcançando R$ 31,33 por hora trabalhada.
O iFood, por sua vez, enfatizou seu respeito ao direito de manifestação pacífica e abriu diálogo com os entregadores, prometendo reajustar os valores pagos por quilômetro ainda no decorrer do ano. Além disso, a empresa ressaltou que oferece seguro pessoal gratuito, acesso a plano de saúde, suporte jurídico e psicológico, programas educacionais e canais para denúncias de assédio, agressão ou discriminação.
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