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A Prefeitura do Rio de Janeiro escolheu o ex-terreno da maternidade Pró-Matre, localizado no bairro da Saúde, para sediar o futuro Centro Cultural Rio-África. Lançado em julho, o projeto visa preservar e celebrar a cultura e memória negra, convertendo o espaço em um relevante marco cultural e turístico da cidade.
Prevê-se que a demolição do prédio da antiga maternidade, desativada em 2009 depois de 91 anos em funcionamento, juntamente com as construções subsequentes, durem aproximadamente dois anos e meio. O plano inclui erguer uma estrutura de três andares que comportará salas para exposições, debates, reuniões, além de um espaço educativo e uma área para interação e compartilhamento de conhecimento cultural.
O intuito é estabelecer um local que honre e mantenha viva a rica herança cultural da comunidade negra no Rio. Estrategicamente posicionado, o novo Centro Cultural Rio-África ficará ao lado do Galpão Docas Pedro II e em frente ao Cais do Valongo, integrando-se ao circuito turístico da Pequena África.
É importante mencionar que, em 2022, o terreno destinado ao Centro Cultural foi leiloado pela União. Na época, a Cury Construtora adquiriu mais da metade da área por aproximadamente R$ 6,3 milhões, planejando desenvolver um condomínio com 400 apartamentos e lojas no térreo. No entanto, em julho, o Ministério Público Federal (MPF) interveio, recomendando a paralisação do projeto devido a preocupações sobre o impacto no sítio arqueológico do Cais do Valongo e sua integridade paisagística e histórica. Essa recomendação foi encaminhada ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e à própria Prefeitura do Rio.
O plano da Cury estava alinhado com as diretrizes do novo Plano Diretor, aprovado em janeiro pelo prefeito Eduardo Paes, que incentiva construções com fachadas ativas em áreas que combinem residências e comércios.