Operação última Milha da PF investiga suspeita de espionagem com software de celulares

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A Polícia Federal está em ação com a “Operação Última Milha”, que investiga o uso de um software espião para monitoramento ilegal de celulares pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Nessa operação, foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão, juntamente com dois mandados de prisão preventiva, abrangendo estados como São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Goiás e o Distrito Federal. Notavelmente, o filho do ex-ministro do governo Bolsonaro, o general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz, está entre os alvos da investigação.

A Polícia Federal apurou que Caio Cesar dos Santos Cruz, filho do ex-ministro, teria intermediado a aquisição do programa FirstMile, desenvolvido pela empresa israelense Cognyte, junto ao governo brasileiro, no final da administração do ex-presidente Michel Temer. A Abin confirmou o uso do software, relatando que o contrato teve início em dezembro de 2018 e se encerrou em maio de 2021, durante a gestão do presidente Jair Bolsonaro.

O software em questão permitia o monitoramento de até 10 mil números de celular a cada 12 meses e fornecia dados como a localização aproximada dos dispositivos, bem como alertas relacionados às atividades dos alvos.

A operação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, no âmbito do inquérito que investiga fake news. Além das medidas já mencionadas, os atuais diretores da Abin foram afastados e houve a apreensão de uma grande quantia de dólares com um deles. Dois servidores que coagiram colegas para evitar demissões, Rodrigo Colli e Eduardo Arthur Yzycky, foram presos. Importante destacar que o presidente Jair Bolsonaro e o diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem, não estão entre os alvos dos mandados de busca.

Também houve buscas no escritório da fabricante do software, que possui uma filial em Florianópolis, Santa Catarina.

A investigação aponta indícios de que o software teria sido utilizado durante o governo Bolsonaro para o monitoramento ilegal de servidores públicos, políticos, policiais, advogados, jornalistas, juízes e membros do STF. Após a operação, a Abin informou que instaurou uma sindicância para apurar a questão e que colaborou plenamente com as investigações. O uso do software cessou em maio de 2021.

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