Pastor de Niterói em caravana em Israel enfrentam problemas em Jerusalém

Brasileiros da caravana religiosa enfrentam desafios em Jerusalém
Foto: Divulgação/Reprodução
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Em meio ao conflito desencadeado pelo grupo Hamas em Israel, 103 brasileiros, que fazem parte de uma caravana religiosa liderada pelo pastor Felippe Valadão da Igreja da Lagoinha em Niterói (RJ), aguardam ansiosamente pelo resgate em Jerusalém. A jornada começou no Brasil em 28 de setembro, com uma parada em Dubai, nos Emirados Árabes, antes de chegarem a Israel em 2 de outubro. Embora todos os membros da caravana tenham preenchido os formulários de resgate fornecidos pelo consulado brasileiro, ainda não receberam qualquer contato das autoridades. Neste domingo (8), o governo brasileiro anunciou a mobilização de seis aeronaves para a operação de repatriação, dando prioridade àqueles que residem no Brasil.

O pastor Felippe Valadão relata os momentos de angústia vividos pelo grupo. “Quando chegamos a Jerusalém na noite de sexta-feira (6), fomos despertados no meio da madrugada pelo som dos foguetes”, recorda Valadão. “As pessoas estavam tomando café no hotel quando o pânico tomou conta de todos.”

Atualmente, a caravana está acomodada em um hotel na cidade de Jerusalém. Valadão espera que em breve eles possam retornar ao Brasil, após serem incluídos em uma lista fornecida pela embaixada brasileira em Israel. Nas redes sociais, os membros da caravana compartilharam fotos recebendo orientações em um salão e solicitando orações aos seus seguidores.

O deputado federal Áureo Ribeiro (Solidariedade-RJ) desempenhou um papel fundamental ao intermediar a comunicação entre a caravana e o Itamaraty. Segundo o político, houve dificuldades para contatar o Itamaraty no sábado, mas a situação foi resolvida no domingo de manhã.

“As pessoas que estão lá estão emocionalmente abaladas. É um grande desafio para esta caravana, que inclui bebês e idosos”, afirmou Ribeiro.

De acordo com o governo federal, aproximadamente 14 mil brasileiros residem em Israel e outros 6 mil vivem na Palestina. Desde o sábado, o Itamaraty já recebeu contatos de 1.000 pessoas em busca de repatriação ou informações adicionais.

As operações de repatriação estão programadas para ocorrer entre segunda-feira, 9 de outubro, e terça-feira, 10 de outubro, com o uso de seis aeronaves. A lista dos primeiros a serem resgatados será finalizada até segunda-feira de manhã, de acordo com o comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), tenente-brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno.

Felippe Valadão descreve o clima de guerra que se instalou em Jerusalém após os ataques. “A atmosfera é de guerra. Soldados e até civis armados, com metralhadoras, podem ser vistos. Isso é chocante para nós, que não estamos acostumados”, relata Valadão. “Apenas serviços de emergência, como padarias e farmácias, estão funcionando. Quase não há restaurantes abertos.”

Por questões de segurança, o hotel onde o grupo está hospedado proibiu o uso das áreas de lazer, forçando os hóspedes a permanecerem em seus quartos. Valadão lamenta o impacto emocional que a situação está causando nas pessoas.

Outra opção para a caravana é aguardar até terça-feira (10), quando está programada a decolagem do voo de retorno comprado pelo grupo antes do início do conflito. Até o momento desta reportagem, a companhia aérea Emirates não havia cancelado o voo, segundo o pastor. “Só encontraremos paz quando estivermos dentro do avião”, conclui Valadão.

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