Em uma sessão solene para celebrar os 40 anos da redemocratização do Brasil, Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados, desafiou diretamente as alegações de perseguição política feitas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados. Durante o evento, Motta enfatizou que o Brasil não enfrenta mais os problemas de um período não democrático, refutando a narrativa de censura e perseguição política sustentada por Bolsonaro após as eleições de 2022.
Motta declarou que, hoje, não existem jornais censurados, nem vozes silenciadas à força, e rejeitou a ideia de perseguições políticas ou crimes de opinião. Sua fala ocorreu após a denúncia de Bolsonaro de que seus apoiadores sofreram ataques injustos por parte das autoridades. Os apoiadores de Bolsonaro haviam bloqueado estradas e acampado em frente a quartéis, pedindo um golpe militar para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, culminando em atos de vandalismo em Brasília no dia 8 de janeiro de 2023.
No dia seguinte à declaração de Motta, Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, anunciou que se licenciaria do cargo de deputado federal e se mudaria para os Estados Unidos, alegando temer prisão por suposta perseguição política e considerando pedir asilo político nos EUA.
Adicionalmente, a sessão solene homenageou o ex-presidente José Sarney e contou com a presença de ministros do STF e representantes do Executivo. As celebrações dos 40 anos de redemocratização ocorrem em um contexto de debates sobre um projeto de lei que busca anistiar os envolvidos nos eventos de 8 de janeiro.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa Bolsonaro de ter concordado com um plano golpista que incluía a tentativa de assassinato de figuras políticas importantes. A investigação conta com o envolvimento de ministros militares e tem sessões de julgamento agendadas pelo STF.
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