António Costa anunciou sua demissão após ser alvo de uma investigação sobre a exploração irregular de energia verde.
O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, renunciou ao cargo nesta terça-feira, 7 de novembro de 2023. Sua decisão foi tomada após o Ministério Público iniciar uma investigação relacionada a projetos irregulares envolvendo lítio e hidrogênio verde. Costa expressou sua surpresa com as alegações e afirmou que estava plenamente comprometido em cumprir seu mandato até o final desta legislatura. Além disso, ele declarou estar totalmente disponível para colaborar com as autoridades judiciais.
Após aceitar a demissão de Costa, a Presidência da República de Portugal convocou os partidos políticos representados na Assembleia da República para uma reunião na quarta-feira, 8 de novembro, e o Conselho de Estado na quinta-feira, 9 de novembro. O presidente Marcelo Rebelo de Sousa se pronunciará em seguida à reunião do Conselho de Estado.
De acordo com a CNN Portugal, pelo menos cinco pessoas foram detidas, incluindo o empresário Diogo Lacerda Machado, que alega ser amigo pessoal de António Costa. O chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária, e o presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, também foram detidos.
Além das detenções, foram cumpridos 20 mandados de busca em diversos locais, como o Ministério do Ambiente e da Ação Climática, o Ministério das Infraestruturas, a Secretaria de Estado da Energia e Clima, a Câmara Municipal de Sines e a sede/espaços de outras entidades públicas e privadas.
A Procuradoria Geral da República portuguesa esclareceu que as investigações se concentram nas irregularidades relacionadas às concessões de exploração de lítio nas minas dos municípios de Montalegre e Boticas. Além disso, está em foco um projeto de produção de energia a partir de hidrogênio em Sines, assim como um projeto de construção de um datacenter, também em Sines, pela empresa Start Campus.