Projeto exibe filmes realizados por mulheres

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O projeto Cine&Manas promove, iniciou o mês de maio, com sessões de cinema gratuitas com filmes nacionais produzidos por mulheres para comunidades que estão distantes das salas de cinema. Realizado pela Manas Produtora desde 2017, o projeto completa as sessões com debates e programação cultural com agentes e artistas locais relacionados com a temática dos filmes exibidos. O Cine&Manas é apoiado por recursos para projetos de Cinema Itinerante, em fomento da Secretaria Municipal das Culturas de Niterói, por meio dos recursos da Lei Paulo Gustavo, numa parceria entre Prefeitura de Niterói, Fundação de Artes de Niterói, Ministério da Cultura e Governo Federal.

As sessões deram início no dia 18 de maio e continua sendo um sucesso, no dia 23 de maio, às 18h, será no MACquinho – Centro Cultural de Cidadania e Economia Criativa (rua Nair Margem Pereira, 1 – Ingá), para alunos da EJA do Colégio Aurelino Leal e público em geral, do filme “Levante”, de Lillah Halla; e no dia 31 de maio, às 18h, acontecerá na Biblioteca Engenho do Mato (rua São Sebastião, Praça do Engenho do Mato), com uma mostra de curtas-metragens, rodas de samba e jongo.

Todos os filmes exibidos no Cine&Manas contam com recursos de acessibilidade. Os debates e atividades posteriores à exibição dos filmes terão tradução em libras.

‘O Cine&Manas é um projeto de exibição de impacto. O cinema é o nosso campo em disputa, tanto quanto à produção, o porquê queremos produzir nossos filmes e o porquê desejamos que eles sejam vistos. A distribuição de filmes tem um gargalo enorme em um setor que investe e gera dinheiro, mas na mão de quem está o recurso. Sobra pouco para os pequenos produtores. Sem contar a questão do acesso… Onde estão as salas de cinema e os equipamentos culturais? A grande maioria concentrada na Zona Sul e no Centro do Rio de Janeiro, envolvendo uma série de questões como mobilidade urbana e valor dos ingressos. Então, a gente chega ao território, articula redes e facilita o encontro desses filmes nacionais com o público”, explica Carolina Rodriguez, coordenadora de Comunicação do Cine&Manas.

A proposta

O cinema é um campo em constante disputa, principalmente pelo papel que as imagens possuem na contemporaneidade. Porém grande parte da população ainda se vê distante do cinema, estruturado, historicamente, dentro de uma cultura de elite. Um projeto como Cine&Manas descentraliza e democratiza o acesso ao cinema nacional, tornando-se ferramenta fundamental na difusão de filmes que muitas vezes não chegam ao grande público devido às dificuldades da distribuição no Brasil: concorrência de filmes com altos orçamentos, centralidade geográfica das salas de cinema e valores de ingresso, por exemplo. Assim, o Cine&Manas faz-se relevante por estreitar o caminho entre público e obras e proporcionar um ambiente para o debate e o fomento da cultura cinematográfica.

Vale destacar que, entre os 20 filmes nacionais de maior público e renda entre 2019 e 2023, 20,9% eram dirigidos por mulheres (fonte: Portal Exibidor); entre todos os filmes brasileiros lançados em salas de cinema, entre 2017 e 2019, 25% eram dirigidos por mulheres (fonte: Ancine e Instituto de Estudos de Gênero da UFSC); e profissionais mulheres são cerca de 42,7% da força de trabalho do setor audiovisual, mas sua ocupação ainda é minoritária em cargos de liderança (fonte: Censo da Indústria Brasileira de Audiovisual – 2019). Por tudo isso, é muito importante jogar luz sobre a produção audiovisual feminina no país.

Sobre o projeto Cine&Manas

Realizado pela Manas Produtora, o Cine&Manas é um projeto de distribuição de impacto itinerante que circula desde 2017 pela região metropolitana do Rio de Janeiro. Sua programação tem como recorte a exibição de filmes nacionais que sejam realizados por mulheres cis e trans, seguida por debates ou outro tipo de atividade cultural relacionada com a temática do filme.

O projeto utiliza de metodologia ativa na escolha dos filmes, a partir de co curadoria com as gestões, agentes, parceiros e comunidades em cada território e espaços de realização. A proposta é construir uma programação cultural que converse com as especificidades dos locais de atuação.

Siga Cine&Manas nas redes sociais: @cineemanas.

Histórico do projeto

2017 – Realização da primeira mostra do Cine&Manas no Festival Interculturalidades da Universidade Federal Fluminense

2019 – Primeiro circuito Cine&Manas, apoiado pelo edital de fomento ao audiovisual da Secretaria Municipal das Culturas de Niterói, realização de sessões gratuitas em espaços públicos e escolas do ensino público da cidade; paralelamente, o projeto compõe a programação de outros eventos como: Festival Ovárias (Parque das Ruínas/RJ), Primavera Literária (Museu da República/RJ, e Biblioteca Mário de Andrade/SP)

2021 – Com a pandemia de Covid-19, o Cine&Manas realiza um circuito on-line com a participação de cineastas da cidade de Niterói, como Rosa Miranda, e também nomes de relevância nacional como Helena Solberg, Camila de Moraes e Talita Arruda e Joyce Pais. Com a abertura da quarentena, realiza ainda uma sessão presencial em parceria com o espaço cultural Lona na Lua em Rio Bonito e uma sessão do evento Viva Sapatão, realizado pela COLE Niterói.

2022 – Em paralelo à circulação pela região metropolitana, o Cine&Manas continua realizando sessões regulares do Espaço Cultural Casa Bosque e em escolas públicas na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Com esse projeto, ganha, em 2022, o Prêmio Arte Escola da Secretaria Municipal de Cultura e é reconhecido e apoiado pelo edital de Ações Locais da Rio Filme. Na região, também realizou uma sessão em colaboração do espaço empreendedor Josefinas e foi ganhador do edital do Instituto Precisa Ser, entrando para a rede nacional de projetos apoiados pelo Re-farm Cria.

2023 – No início de 2023 o Cine&Manas compõe a programação da Mostra EntreVivências no Teatro Popular Oscar Niemeyer, em Niterói, com duas sessões, uma delas em articulação com o projeto local Jovens Comunicadores e parceria da CODIM Niterói, e outra sessão aberta ao público com exibição de filme realizado na cidade e participação de nomes locais de relevância, como Rachel Aguiar, então conselheira municipal da setorial de audiovisual. Em março, realiza mais um projeto na cidade de São Paulo, convidada pela Revista Az Minas para produzir sessões especiais de formação de público da sua nova série ”Por elas, por nós”. Na Zona Oeste do Rio de Janeiro, é reconhecida e apoiada pelo Ações locais realizando ao longo do ano um circuito que passou por Campo Grande, Bangu, Barra de Guaratiba, Santa Cruz e Realengo.

Quem são as Manas

A equipe fixa da gestão da coletiva é formada por:

– Bruna Aguiar – Diretora Criativa – Roteirista, produtora e pós-graduada em Produção Audiovisual Multiplataforma, iniciou no cinema em 2019 pelo Projeto Empoderamento e Cinema: Jovens Negras no Audiovisual pelo Cinema Nosso e cursou cinema como bolsista na Escola de Cinema Darcy Ribeiro no Rio de Janeiro. Na área de roteiro, atuou em diversos projetos de documentário, ficção e também realities shows para produtoras como Jabuti Filmes, Kromaki, Cinefilm, Zola Filmes, Camisa Listrada e Black Pen para os streamings Netflix, Star+, Canal E! e Amazon Video. Já na área de produção audiovisual e cultural, atuou para Conspiração Filmes, Timoneira Produções e integra a Manas Produtora Coletiva como produtora técnica.

– Carolina Rodriguez – Diretora Executiva – Traçou sua trajetória na área de produção cultural e audiovisual com formação de bacharel em Produção Cultural pela Universidade Federal Fluminense e técnica em Mídias Digitais para o Audiovisual na Escola de Cinema Darcy Ribeiro. Tem pós-graduação em Arte Educação pela Cândido Mendes/AVM Educacional. Atuação em comunicação e gestão executiva na Manas Produtora e na BemTV – Educação e Comunicação. Foi coordenadora de produção da “Primavera dos Livros” nos últimos sete anos, da Casa Libre na Flip, pela Liga Brasileira de Editoras, e da plataforma de moda economia criativa O Cluster, pela Aborda Produtora. Tem experiência em difusão e distribuição audiovisual na esfera pública pela Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro e na  RIOFILME em instituição privada no Instituto Cultura em Movimento (ICEM). Prestadora de serviços como mentora e analista de projetos para o Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável (CIEDS).

– Helena Claro – Diretora de projetos – Formada em Produção Cultural pela Universidade Federal Fluminense, é pós-graduada em docência do ensino fundamental e médio pela AVM Educacional. Atuou como assistente de produção em empresas como El Desierto filmes, Doblechapa Cinematografia e República Pureza. Foi assistente de Executivo no Panorama Festival Internacional de Dança e Virada Sustentável Rio 2018. Produtora de eventos da equipe de conteúdo do Museu do Amanhã. Atuou como assistente de produção na equipe de artes visuais no Sesc Paraty entre setembro e dezembro de 2021, como assistente de pesquisa entre dezembro/2021 e março/2022 e novamente como assistente de produção entre setembro e dezembro de 2022. Em 2023, voltou para o Sesc Paraty como assistente de produção da linguagem de música. Foi produtora audiovisual da campanha da deputada estadual Renata Souza, que está exercendo seu mandato. Atuou como coordenadora de produção da “Primavera dos Livros” em 2022 e 2023. É idealizadora, curadora e coordenadora de produção na Manas Produtora, em que realiza projetos culturais por meio de editais municipais e estaduais. Além disso, trabalha em rede com outras profissionais do mercado criativo: fotografas, videomakers, designer, produtoras de conteúdo, tradutoras de libras, e etc.

O filme:

– “Levante” – direção: Lillah Halla

Sinopse:

As futuras liberdade e autonomia de Sofia, uma jovem jogadora de vôlei, são ameaçadas por um conservador e violento efeito manada… Aos 17 anos e às vésperas do campeonato de vôlei decisivo para seu futuro como atleta, Sofia descobre uma gravidez indesejada. Na tentativa de interrompê-la clandestinamente, ela acaba se convertendo em alvo de um grupo fundamentalista decidido a detê-la a qualquer preço. Mas nem Sofía nem aqueles que a amam estão dispostos a se renderem ante o fervor cego da manada.

A próxima sessão será no dia 31/5, às 18h, na Biblioteca Engenho do Mato (rua São Sebastião, Praça do Engenho do Mato. A entradas é gratuita.

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