Transição de governo: relatório de parlamentares aponta déficit de R$ 23 bilhões na Saúde

Foto: Divulgação/Reprodução
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Em entrevista na TV PT, deputado Dimas Gadelha faz avaliações e manda recado para os gonçalenses

Por Patrick Guimarães

O deputado federal Dimas Gadelha (PT-RJ) foi convidado do Jornal PT Brasil, na manhã desta quinta-feira (1/12). Durante a entrevista, o parlamentar refletiu e comentou sobre diversos temas importantes para a sociedade, sobretudo as expectativas para o Congresso Nacional no próximo ano e o futuro das políticas de saúde nos próximos quatro anos.

Saúde

O parlamentar revelou que o relatório do grupo de trabalho de transição da Saúde, composto por parlamentares da base governista, está sendo entregue nesta quinta-feira (1/12) e aponta um déficit de R$ 23 bilhões na área.

Avaliando a situação do Rio de Janeiro, Dimas diz que os problemas da saúde do estado se acentuaram com o governo Bolsonaro. “Ao longo dos últimos quatro anos, o governo foi retirando recursos da saúde, assim como de outras áreas importantes, a exemplo da educação e social, e promoveu um verdadeiro desmonte. Essa falta de investimentos nos obriga a pagar essa conta agora”.

Segundo o parlamentar, entre os principais problemas da saúde no estado estão:

– Enormes e demoradas filas no Sistema de Regulação (Sisreg) – “No Brasil a gente tem quase três bilhões de procedimentos na fila de espera, grande parte no Rio de Janeiro. Existe muita dificuldade para as pessoas acessarem especialidades e cirurgias. É um dos grandes gargalos”, explica Dimas, também destacando a controvérsia de o “Rio de Janeiro possuir a virtude, perante aos outros estados, de ter uma rede grande de hospitais federais: são mais de 10”, diz.

– Perda de 500 leitos e de profissionais de saúde nas unidades federais.

– Cobertura vacinal – “O Rio já teve uma cobertura de 95%, no calendário básico das crianças. Hoje, a gente tem 55%”, reflete.

– Volta de doenças erradicadas – “A política do negacionismo fez campanha contra a vacina (todas) e a gente está sofrendo as consequências”, afirma.

– Rede de atenção básica – “É necessário investimento, principalmente na estrutura das unidades e nas qualificações dos profissionais”, avalia.  

– Tratamentos contra câncer e saúde mental – “Tem muita gente esperando diagnósticos e tratamentos há muito tempo. Na área da saúde mental, por exemplo, é comum ver no Rio de Janeiro muitas pessoas em situação de rua. Também se incluem aí os dependentes químicos. Isso ocorre por falta de locais que prestem esse tipo de assistência”, reforça Dimas.

Dimas: relatório aponta déficit de R$ 23 bilhões na Saúde

Geração de emprego e renda

“A gente tinha quase 150 mil pessoas trabalhando na indústria naval, na época dos governos do PT, com salários dignos. Para se ter uma ideia, em um dos grandes estaleiros de Niterói tínhamos cerca de 20 mil pessoas trabalhando. Hoje são 700 com carteira assinada”, questiona.

Para Dimas, a indústria naval é um dos motores da economia do Rio. “Para a minha cidade (São Gonçalo) é super importante, pois vem sofrendo muito com o empobrecimento, aumento da violência. A cidade está cheia de barricadas. Muito em função da falta de emprego. Precisamos investir na área naval para gerar oportunidades. Tenho certeza de que o presidente Lula vai promover essa retomada. É preciso que todos voltem a ter emprego e vidas mais dignas”.

Fome

“Segundo inquérito nacional de segurança alimentar, feito há pouco tempo, quase 60% da população do Rio tem algum nível de insegurança alimentar, ou seja, não sabe se vai ter as três refeições diárias ou até mesmo o que comer. Isso é muito grave, precisamos tratar isso de forma séria e urgente. Quem tem fome tem pressa. Além de gerar empregos, precisamos melhorar a distribuição de renda”, avalia.

A aprovação da nova PEC do Bolsa Família – que destina R$ 600, mais R$ 150 por criança – é uma das ações necessárias para conter a fome e todas as consequências que ela causa no país, segundo Dimas Gadelha.

Recado para São Gonçalo

No fim da entrevista, Dimas pede à jornalista Amanda Guerra para mandar um recado para São Gonçalo.

“Quero dizer para São Gonçalo que serei a voz da cidade aqui em Brasília, buscando políticas para a cidade gerar emprego, renda e oportunidades de qualificação. Garantir acesso dos jovens à universidade, as crianças em creches, em escola integral. Precisamos investir no futuro e estaremos aqui em Brasília para que São Gonçalo volte a ser viável novamente”.

Em 2020, Dimas Gadelha foi para o segundo turno na disputa pela prefeitura de São Gonçalo, onde foi secretário de Saúde por quase quatro anos e deixou um legado com 60 novos aparelhos e programas de saúde. Não venceu por menos de 1% de diferença.

Neste ano, os eleitores da cidade lhe deram 80% dos 41.238 votos que o elegeram deputado federal.

O deputado federal Dimas Gadelha é médico sanitarista e também foi secretário de Gestão e Metas de Maricá/RJ. Natural da cidade de Souza, na Paraíba, se formou pela Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), da Fiocruz, e também é formado em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

A convite do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e da presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Dimas integra o grupo de trabalho de transição da Saúde, em Brasília.

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