Falhas no sistema de acessibilidade aos usuários portadores de deficiência e descontrole sobre número de passageiros transportados em tempos de pandemia fomentam a criação de uma Frente Parlamentar fiscalizadora
Durante sessão na Câmara de São Gonçalo, vereadores criticaram bastante o Consórcio São Gonçalo de Transportes, que presta o serviço à população. Alguns parlamentares sugeriram a criação de uma frente parlamentar na casa para fiscalizar com mais rigor a atuação das empresas de ônibus filiadas ao consórcio na cidade.
O vereador Romário Régis (PC do B) foi um que subiu na tribuna e criticou bastante a prestação dos serviços no município. Citou a questão da mobilidade urbana e ressaltou as más condições do transporte público ofertados aos gonçalenses. Deu como exemplos casos de ônibus em que o elevador de acessibilidade não funciona e também veículos que transitam sem documentação regulamentada.
“Elas (empresas de ônibus) precisam ser responsabilizadas pelos problemas que causam aos usuários. Imagine uma pessoa que precisa daquele ônibus e ele só passa de uma em uma hora, ou o elevador para deficientes não funciona. Isso é muito grave”, destacou o vereador Romário Régis em seu discurso.
Outro que também falou sobre o assunto em debate foi Professor Josemar (PSOL). Também demonstrando grande insatisfação com o consórcio, e sugeriu uma ação conjunta para a fiscalização dos ônibus.
“O consórcio é um dos maiores engodos com a população gonçalense. Temos que fazer uma ação conjunta para fiscalizar as empresas de ônibus daqui. O consórcio é arcaico do ponto de vista da sua estrutura. Acrescento ainda a necessidade de valorizarmos o trabalhador do transporte alternativo. É preciso dar celeridade à aprovações de projetos que deem regularidade a este serviço na cidade”, avaliou Josemar.
Já o vereador Vinícius (SOLIDARIEDADE) reclamou sobre a dificuldade de acesso ao contrato do consórcio junto ao governo municipal. “Temos várias dúvidas referentes a esse contrato e não sei por qual motivo até hoje não conseguimos ter esse documento em mãos”, questionou.
Para ele, também pesam outras importantes questões sobre o assunto. “Não são raros os casos nos quais usuários do sistema de transporte público são obrigados e pagar tarifa intermunicipal (mais cara), mesmo sendo de um bairro para o outro, dentro da cidade. Precisamos ir para dentro desse Consórcio e verificar todas as denúncias de ilegalidades”, disse Vinícius.
O vereador Alexandre Gomes (PV) destacou que, apesar dos problemas ainda presentes, a Câmara Municipal vem conseguindo avançar no tema.
“A Câmara tem discutido e aprovado projetos voltados para a melhora do transporte público da nossa cidade. Conseguimos aprovar a lei do ar condicionado, por exemplo. Atualmente, 80% da frota de transporte público já tem o aparelho instalado. Também conseguimos aprovar a lei para a legalização do serviço de mototáxi. Não existe cidade na região metropolitana que tem uma legislação que obrigue as empresas de transporte público colocarem o ar condicionado”, lembrou Alexandre.