Ucrânia: Itamaraty leva 1 semana para ajudar brasileiros efetivamente

Foto: Divulgação/Reprodução
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Anteontem (28/02), O CONTEXTO publicou reportagem exclusiva sobre a fuga dramática de um empresário e seus amigos, dentro do conflito, em tempo real na cidade de Kiev. Ele fez duras críticas sobre a falta de assistência do governo brasileiro  

Por Patrick Guimarães

Finalmente, no fim da noite de ontem (1º/03), o Itamaraty anunciou a abertura de dois postos de atendimento consular para, como o órgão brasileiro chama, “aperfeiçoar os mecanismos emergenciais de assistência aos cidadãos brasileiros que buscam deixar a Ucrânia”. Ao que tudo indica, a frase bonita e simples levou uma semana para ser redigida, mesmo tempo de atuação inexistente da embaixada do país na Ucrânia.

Um desses postos está localizado na cidade de Lviv, perto da fronteira com a Polônia. Em reportagem exclusiva sobre a guerra, entre o segundo e o quinto dia de ataques feitos pela Rússia, O CONTEXTO revelou vários relatos. Em um deles, no sábado (26/02), nossa fonte disse que cerca de 60 soldados russos haviam pousado em helicópteros na cidade de Lviv.

Ele expressou a preocupação dos ucranianos de perder Lviv, devido a cidade fazer fronteira com a Polônia e ser um ponto bastante estratégico para as pessoas fugirem do conflito.

Entre sexta (25/02) e segunda-feira (28/02), falamos com o empresário Marcus Klauss, que esteva na capital Kiev, sob intensos bombardeios, nos relatou por telefone, em tempo real, as tentativas de fuga da cidade.

No sábado (26/02), enquanto analisavam um plano de fuga para a Romênia, em um hotel de Kiev, Marcus criticou muito a falta de apoio por parte da embaixada brasileira no país.

“Aguardamos a embaixada do Brasil tomar realmente uma atitude efetiva para nos tirar daqui”, disse o empresário, já no terceiro dia do conflito.

Sobre a ajuda real, contou que a embaixada brasileira foi somente informativa e não ofereceu nenhuma estrutura ou apoio para ele e outros brasileiros deixarem a Ucrânia.

“Só nos diziam para ficar dentro da residência ou do hotel, mas sabíamos que isso não era tão seguro assim, já que a cidade estava sob ataque e prédios de civis também estavam sofrendo bombardeios. Quem realmente nos ajudou foi a União das Federações Europeias de Futebol (Uefa) e as confederações de futebol da Ucrânia e da Moldávia. Foram essas instituições que nos deram todo o aparato, como abrigo, alimentação e transportes”, revelou Klauss, se mostrando decepcionado com a atuação do governo brasileiro.

O outro posto anunciado pelo Itamaraty, fica em Chisinau, capital da Moldávia, país por onde Klauss passou antes de chegar a Bucareste, na Romênia.

Leia a reportagem completa sobre a fuga de Marcus Klauss e outros brasileiros em:

jornalocontexto.com.br/2022/02/28/exclusivo-entrevista-com-empresario-rj-durante-fuga-da-ucrania/

O conflito

A Rússia invadiu a Ucrânia a partir de três frontes principais:

Segundo relatórios, as tropas avançaram a partir do norte na direção de Kiev, a capital ucraniana; do leste por Donetsk, Luhansk e Kharkiv; e da Crimeia, no sul do país.

Donetsk e Luhansk são duas regiões separatistas pró-Rússia. Moscou reconheceu a independência das duas em 21 de fevereiro.

Segunda maior cidade da Ucrânia, Kharkiv fica perto da fronteira com a Rússia.

Casos de emergência

Em nota emitida ontem à noite (1º/03), o Itamaraty informou que “por força da deterioração da situação de segurança em Kiev, embaixadas de vários outros países têm igualmente estabelecido missões de apoio fora da capital da Ucrânia, sobretudo em Lviv”.

De acordo com o comunicado feito pelo órgão brasileiro, os locais vão auxiliar na emissão de documentos de viagem e na retirada de brasileiros do território ucraniano.

O texto diz ainda que em casos de emergência, o plantão consular brasileiro pode ser contatado pelo número de telefone +55 61 98260-0610 e a embaixada em Kiev estaria transmitindo orientações por meio de mensagens no site, na página no Facebook e por um grupo no Telegram.

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