O concurso que visava preencher 2 mil vagas de soldados na Polícia Militar do Rio de Janeiro foi realizado no último domingo, gerando controvérsias. Durante a aplicação do exame, 20 candidatos foram detidos em locais de prova, sendo que 19 deles possuíam mandados de prisão em aberto, e um foi preso em flagrante por tentativa de uso de informações falsas no processo seletivo.
Além disso, vídeos circulam nas redes sociais mostrando pessoas admitindo terem utilizado o celular durante a prova. Como resultado, candidatos estão pedindo a anulação do concurso.
O concurso para ingresso no Curso de Formação de Soldados da Polícia Militar em 2023 teve um total de 119.541 inscritos, sendo 88.420 homens e 31.121 mulheres. Para garantir a segurança da prova, a Secretaria de Estado de Polícia Militar cruzou informações dos inscritos com bancos de dados judiciais, identificando 19 candidatos com pendências criminais, envolvendo crimes como fraude, deserção das forças armadas, receptação e roubo. A partir dessas informações, as equipes policiais realizaram as prisões nos locais de prova.
Além dos 19 detidos anteriormente mencionados, os agentes de inteligência da Corporação também prenderam em flagrante um ex-cabo da Polícia Militar, expulso da corporação em 2016 após uma tentativa de homicídio contra um vigilante de um centro comercial na Zona Norte do Rio de Janeiro. O ex-militar foi preso por tentativa de fraude no concurso, ao tentar realizar a prova de soldado com os dados de outro candidato.
A prova do concurso, organizado pelo Instituto Brasileiro de Apoio e Desenvolvimento Executivo (Ibade), ocorreu em mais de 120 locais na Região Metropolitana do Rio. Nas redes sociais, candidatos reclamaram da falta de estrutura nesses locais, alegando que isso comprometeu a segurança do concurso. Segundo eles, muitos locais não contavam com compartimentos para guardar os celulares, o que levou alguns candidatos a utilizá-los durante a prova. Vídeos e fotos dentro das salas de prova circulam na internet, assim como mensagens em grupos privados de candidatos admitindo terem “colado”.
Após as denúncias, a Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que está investigando os casos e analisando as providências que serão tomadas. No entanto, ressaltaram que a responsabilidade pela execução e fiscalização do concurso é do Ibade, empresa selecionada através de um processo de licitação.
Por meio do Twitter, o governador Cláudio Castro mencionou o recorde de inscrições no concurso e destacou a credibilidade do governo. Diante das reclamações sobre supostas falhas na fiscalização do concurso, Castro afirmou que, caso sejam comprovadas as fraudes, serão tomadas medidas rigorosas, sem prejudicar aqueles que fizeram a prova corretamente. Se necessário, uma nova prova será realizada.