A luta de uma mãe ao lado de seu filho paraplégico: Fé e determinação em meio à adversidade

A luta de uma mãe ao lado de seu filho paraplégico: Fé e determinação em meio à adversidade
Facebook
Twitter
WhatsApp

Arthur Yan dos Santos Aguiar, um jovem de 17 anos, foi brutalmente atingido enquanto se dirigia à escola. Agora, enfrentando a condição de paraplegia, ele expressa seu medo, mas também sua gratidão incessante a Deus pela vida que ainda possui. Em uma entrevista ao DIA, sua mãe, Uellen dos Santos Simplício, compartilhou a batalha emocional e física que a família enfrenta desde que Arthur foi baleado no Jardim Catarina, em São Gonçalo, na última segunda-feira (1º).

“Tem sido uma jornada terrível, mas precisamos reunir todas as nossas forças para manter Arthur confiante em sua recuperação. Como posso dizer ao meu filho que ele talvez nunca mais ande? Acreditamos que um milagre acontecerá: ele vai voltar a andar, em nome de Jesus. Ele só tem a agradecer a Deus por estar vivo”, afirmou Uellen.

Ela também compartilhou a dificuldade da família em proporcionar a Arthur uma estrutura de acessibilidade em casa, no Jardim Catarina, e expressou a esperança de que alguém possa doar uma cadeira de rodas para facilitar os cuidados com seu filho. Além disso, ela está em busca de garantir que Arthur receba tratamento de fisioterapia gratuito após sua alta do Hospital Estadual Alberto Torres (Heat).

“Acreditamos que a fisioterapia pode oferecer a ele a chance de recuperar algum movimento em suas pernas, pois ele é muito jovem e não merecia enfrentar essa situação. Se alguém puder doar uma cadeira, seria de grande ajuda, pois não estávamos preparados para essa situação e não temos a estrutura necessária em casa. O médico nos disse que, embora a medula não se regenere, a fisioterapia pode proporcionar a Arthur uma sensação, devido à sua idade”, explicou Uellen.

Por volta das 7h, Arthur foi surpreendido por tiros enquanto se dirigia ao colégio. Dois homens encapuzados dispararam contra ele, mesmo enquanto tentava se abrigar. Ele foi atingido nas costas pelos criminosos, que o insultavam. Uellen compartilhou que, ao perceberem que Arthur estava uniformizado e carregava materiais escolares, os atiradores fugiram.

“A família está completamente abalada. Foi minha filha de 15 anos quem o socorreu, junto com minha mãe e minha outra filha de 8 anos. Elas testemunharam toda a situação, com Arthur caído no chão e os vizinhos em desespero. Isso tudo aconteceu tão próximo de casa, ele saiu pela porta, caminhou duas ruas e isso aconteceu. Acreditamos firmemente que Deus está no controle de tudo. Estou enfrentando momentos muito difíceis, mas estou tentando manter uma fé forte para que Arthur não desanime. Estou repetindo a ele que Deus é maravilhoso e que, em nome de Jesus, ele voltará a andar”, desabafou Uellen.

Arthur é muito querido na comunidade, e tem recebido inúmeras demonstrações de apoio. Nesta quarta-feira, seus colegas e os funcionários da escola onde estuda se reuniram na quadra da unidade para uma comovente oração em seu nome.

“Quando algo assim acontece na comunidade envolvendo um jovem, todos presumem que ele seja um criminoso. Mas meu filho não é um criminoso, tanto que a diretora da escola também está aqui conosco. A escola fez uma oração hoje, e todos estão se manifestando. Amanhã, haverá uma reunião na comunidade, pois as pessoas estão se reunindo na praça para orar por Arthur. Ninguém está conseguindo aceitar o que aconteceu”, acrescentou Uellen.

A equipe médica do Heat está avaliando a necessidade de remover a bala alojada próxima ao coração de Arthur, pois existe o risco de ele se tornar tetraplégico. Uellen também expressou a falta de acompanhamento da assistência social e apoio psicológico, apesar da atenção dedicada pela equipe médica. O estado de Arthur é considerado estável.

“Espero que a justiça seja feita, mas conheço as dificuldades do país em que vivemos. Por ora, só desejo a recuperação de meu filho, e que Deus nos ajude a encontrar um local onde ele possa receber tratamento e se recuperar, em nome de Jesus”, concluiu Uellen.

O caso foi registrado na 74ª DP (Alcântara), e aguarda-se os depoimentos de Uellen e Arthur. A investigação está em andamento para identificar os responsáveis pelos disparos e a motivação por trás desse ato de violência.

Facebook
Twitter
WhatsApp

Leia Mais