Ana Maria Gonçalves, de 55 anos, tornou-se a primeira mulher negra a ocupar uma cadeira (nº 33) da Academia Brasileira de Letras (ABL), substituindo o acadêmico Evanildo Bechara, falecido em maio deste ano. Mineira de Ibiá, a escritora foi eleita com 30 dos 31 votos, deixando apenas um voto para Eliane Potiguara.
Conhecida por seu renomado romance “Um Defeito de Cor”, Ana Maria Gonçalves é escritora, publicitária, roteirista e dramaturga. A obra narra a trajetória de Kehinde, uma menina escravizada nascida no Reino do Daomé que luta para retornar à sua terra natal, inspirada na vida de Luísa Mahin, símbolo da resistência negra e feminina durante a Revolta dos Malês.
A eleição de Ana Maria para a ABL foi celebrada como um marco histórico, destacando a representatividade negra e feminina na literatura brasileira. A historiadora Lilia Moritz Schwarcz ressaltou a importância da escritora no entendimento da cultura brasileira, enquanto o presidente da ABL, Merval Pereira, enfatizou o compromisso da instituição com a diversidade étnica, cultural e de gênero.
Outros candidatos à vaga de Evanildo Bechara incluíam Ruy da Penha Lobo, Wander Lourenço de Oliveira, José Antônio Spencer Hartmann Júnior, Remilson Soares Candeia, João Calazans Filho, Célia Prado, Denilson Marques da Silva, Gilmar Cardoso, Roberto Numeriano, Aurea Domenech e Martinho Ramalho de Melo.
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil