Os dados do Censo Demográfico mais recente, conduzido pelo IBGE, lançam luz sobre a complexa paisagem demográfica do Brasil, destacando que apenas quatro estados – Mato Grosso, Roraima, Tocantins e Acre – mantêm uma população masculina numericamente superior à feminina. Embora o cenário nacional continue a seguir a tendência de predominância feminina, esses estados apresentam uma exceção notável.
Mato Grosso lidera o grupo, registrando uma média de 101,31 homens para cada 100 mulheres. No entanto, é interessante observar que, mesmo liderando essa estatística, a população masculina de Mato Grosso diminuiu na última década, uma vez que o Censo de 2010 apontava para uma proporção ainda maior de homens.
Ao analisar o nível municipal, a maior concentração de homens é observada em nove das 10 cidades localizadas no interior do estado de São Paulo. Santos, na costa paulista, destaca-se como um contraponto notável, sendo o município do país com a maior proporção de mulheres.
Essas disparidades demográficas são moldadas pela densidade populacional, pela concentração de empregos tradicionalmente associados ao gênero masculino, bem como pelas dinâmicas de natalidade e mortalidade. Mesmo com um maior número de nascimentos masculinos em todo o Brasil, a alta taxa de mortalidade entre os homens na fase adulta, em decorrência de fatores como violência e acidentes de trânsito, contribui para uma população envelhecida e uma presença feminina mais significativa nas idades mais avançadas. Essas descobertas fornecem informações valiosas para orientar a formulação de políticas públicas e estratégias sociais em um Brasil que passa por mudanças demográficas marcantes.