No flagra: funcionários da coleta são filmados jogando lixo na rua

Lixo: eterno problema na cidade
Foto: Divulgação/Reprodução
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Por Patrick Guimarães

Novo governo, nova empresa, velhos problemas. Apesar de já estar contratada desde o dia 31 de maio para os serviços de coleta, transporte e destinação final de resíduos coletados no município de São Gonçalo – processo 7.879/2021 – a empresa Força Ambiental ainda não conseguiu atender toda a população. Para piorar a situação, que sempre foi um dos principais problemas da cidade, funcionários da prestadora de serviço recém-contratada foram flagrados retirando lixo de uma picape pequena e descartando o material em uma calçada.

Em vários bairros, é comum ver montanhas de lixo amontados em algum terreno, calçada ou até na rua. A maioria das localidades desfavorecidas pela logística da atual empresa, contratada por meio de um contrato emergencial no mês passado, ou seja, com dispensa de licitação, são nas comunidades carentes.  

Um flagrante lamentável foi registrado por moradores da comunidade conhecida como Chumbada, no bairro Galo Branco. Em um vídeo, funcionários da Força Ambiental aparecem retirando bastante lixo da carroceria de uma picape pequena e despejando em uma calçada.

Segundo moradores do local, eles teriam retirado o lixo da Travessa Machado e jogado na rua Guilherme dos Santos Andrade, em frente ao número 699, ambas no mesmo bairro.

Assista o vídeo:

Funcionários responsáveis pela limpeza da cidade são flagrados jogando lixo na rua
Uniforme da força Ambiental é o mesmo que aparece no vídeo feito por moradores

“Depois de ter trocado as empresas, o que se esperava era essa nova empresa entrar com todos os equipamentos necessários para atender bem a população. Desde o início do governo, em janeiro, o serviço vinha funcionando. É inaceitável mudar um serviço, mas para pior. A nova empresa tinha que entrar com instalação de caçambas nos locais necessários, caminhões de lixo suficientes. E mais retroescavadeiras, pois somente uma para atender todo o município é o mesmo que nada”, reclama Ricardo Castor, morador do bairro.  

Segundo Castor, várias comunidades, como a Chumbada, estão sem coleta em seus interiores. Somente as vias principais teriam o serviço e ruas como Murilo Pires, Mário Sete, Francisco Ribeiro, Alzira Duque Estrada, entre outras, vêm sofrendo com o lixo espalhado. Ele chegou a gravar um vídeo mostrando a situação na Rua Mário Gouvêa. Veja abaixo:

Morador grava vídeo na Rua Mário Gouvêa e mostra o lixo acumulado

Indignada, outra moradora da Mário Gouvêa também gravou um vídeo. “É uma vergonha isso pra nossa comunidade. A gente quer manter a ordem e a decência, mas sem o poder público fica difícil”, diz a mulher.

O “perrengue” da população infelizmente se reflete também em outros bairros. No Paraíso, na comunidade do Feijão, a moradores da Rua Floriano Branco também estão passando mal com a precariedade e ausência do serviço público de limpeza. “Lá (na Floriano Branco) é só caminhão pequeno, e parece que a empresa nova não tem caminhão pequeno para chegar no alto do morro”, diz um morador, acrescentando que o problema se estende a diversas outras ruas da comunidade.

Sem caçamba e sem coleta, lixo se acumula na Rua Floriano Branco
Cachorros reviram os sacos de lixo e fica tudo espalhado pelo chão

Sujeira também afeta a saúde pública

O lixo acumulado a céu aberto produz bactérias e fungos, além de atrair baratas, ratos, moscas, mosquitos etc. em um ambiente como este, várias doenças graves podem ser transmitidas, a exemplo da dengue, febre tifóide, cólera, peste bubônica e leishmaniose.

A equipe de reportagem de O CONTEXTO também recebeu um vídeo de moradores da Rua Major Januário Ribeiro, no bairro Lindo Parque. As imagens abaixo falam por si, confira:

A Prefeitura de São Gonçalo foi questionada sobre se havia tomado conhecimento do vídeo no qual funcionários da empresa recém-contratada descartam vários sacos de lixo em uma calçada? Também foi perguntado se a quantidade de 30 caminhões aptos à coleta de lixo, além outros 14 não especificados, conforme divulgado pela prefeitura, são suficientes para atender a cidade? E qual a previsão para a instalação de caçambas nos locais necessitados?

As perguntas não foram respondidas até o fechamento da matéria, assim como a justificativa para o cancelamento do contrato com a Marquise e o valor total do contrato com a Força Ambiental, que é válido por seis meses. O espaço está aberto, caso a prefeitura queira se manifestar.

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