Saques generalizados preocupam policiais no RS

Preocupação com saques durante as enchentes no RS
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A permanência de moradores em áreas alagadas de Porto Alegre e região metropolitana tem uma explicação preocupante: o medo de saques. Um policial civil que está atuando na linha de frente dos resgates relatou que os saques a casas e apartamentos vazios estão acontecendo enquanto as forças de segurança estão ocupadas com o resgate dos desabrigados.

Situação crítica

O policial, que preferiu não ser identificado, começou a atuar no domingo (5), no bairro Mato Grande, em Canoas, onde os barqueiros relataram os primeiros saques. Segundo ele, a situação se agravou quando chegaram à zona norte de Porto Alegre, onde os saques já eram generalizados.

Na segunda-feira (6), a atuação dos policiais foi nas proximidades da Arena do Grêmio, no bairro Humaitá, na capital.

“Como a missão era de resgates, não conseguíamos combater os saques, que já estavam generalizados. Os barqueiros não queriam mais embarcar por medo. Não vimos um único estabelecimento comercial aberto que não tivesse sido saqueado. Inacreditável”, lamenta o policial.

No Humaitá, muitos moradores não quiseram sair de suas casas por medo de invasões. Segundo o policial, eles correm o risco de ficar sem água e comida, já que a previsão é de que a água leve 10 dias para baixar.

Falta de segurança e preocupações pessoais

O policial relata que durante um resgate recebeu a notícia de que os alagamentos chegaram à sua vizinhança. Uma casa de bombas desligada no bairro Menino Deus afetou a região do seu prédio, no bairro Cidade Baixa.

Ele conta que se sentiu obrigado a garantir a segurança do seu próprio condomínio, passando a noite na portaria com um vizinho. Ficou preocupado com o prédio de 94 unidades vazio e o risco de saques.

“Estou há 24 horas sem tomar banho, mas chego tão cansado em casa que essa é a menor das preocupações. As roupas que estou usando são as mesmas que vesti nos resgates na segunda-feira. Não temos macacão emborrachado para entrar na água. Estou usando ao máximo essas roupas para depois jogar fora —todo dia eu entro na água”, desabafa o policial.

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