Por Patrick Guimarães
Outra apresentação feita para crianças que estudam em unidades de educação municipais do Rio de Janeiro vem tomando conta dos noticiários. Desta vez, a perfomance tem o funk “Ensaio das Maravilhas” embalando os estudantes no pátio de uma creche municipal na zona norte da cidade. Sem entender direito, as crianças dançam e cantam a música com frases de cunho sexual e palavras de baixo calão. O secretário de Educação do Rio, Renan Ferreirinha (PSD), tem ignorado os erros consecutivos e, apesar de expor insatisfação, até o momento não revelou o que tem sido feito pela secretaria para garantir o controle sobre os conteúdos que são expostos às crianças e adolescentes matriculados nas escolas do Rio.
‘Toma Rajadão’ – Entre os versos da música “Ensaio das Maravilhas” o funk diz: “Desce, sobe, toma rajadão” e “Vai bate, vai bate Com a bunda no calcanhar”. As frases do funk simulam uma relação sexual entre um homem e uma mulher.
Para piorar, quem dança com as crianças seria a própria diretora da unidade, que foi afastada pela Secretaria Municipal de Educação (SME) do Rio de Janeiro.
Segundo a SME, a diretora responderá a uma sindicância. O secretário Renan Ferreirinha destacou que esse tipo de comportamento vai contra o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), afirmando que esses casos são exceções na rede municipal de ensino.
Falta de noção endêmica
Tudo indica que a falta de noção nas escolas da prefeitura do Rio não é isolada. Na semana passada, uma performance artística, também inadequada para o público infantil, viralizou após um vídeo vazar na internet. Ao som da música “Cavalo ficou tarado / Cavalo no Cio”, a apresentação no Centro Integrado de Educação Pública (CIEP) Luiz Carlos Prestes, na Zona Oeste do Rio, gerou perplexidade, tanto da população, quanto do próprio prefeito do Rio, Eduardo Paes.
Até o momento, o problema sobre conteúdos impróprios para crianças e adolescentes já foi identificado em pelo menos quatro escolas da rede.
Perguntas sem respostas
Na semana passada, a equipe de reportagem fez alguns questionamentos por e-mail à SME sobre o assunto, mas não obtivemos respostas. As perguntas foram:
Por que nenhuma equipe avaliou o conteúdo da apresentação?
O que é feito pela SME para evitar esse tipo de situação?
Qual equipe da SME responde por esse cuidado sobre a avaliação dos conteúdos expostos aos alunos? Censura, faixa etária, etc.
Na avaliação do secretário Renan Ferreirinha, assessores especiais e coordenadores com altos salários não têm responsabilidades?
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