Anistia milionária revela o desafio político de manter equilíbrio entre gestão sensata e bolsonarismo-raiz
O governador Tarcísio de Freitas perdoou Bolsonaro (e outros bolsonaristas) por multas relacionadas ao descumprimento de medidas sanitárias durante a pandemia, presenteando o ex-chefe com cerca de um milhão de reais e gerando um custo total de 72 milhões aos cofres públicos.
Figura antes obscura e sem coloração ideológica, Tarcísio aderiu ao bolsonarismo, tentando manter a imagem de “técnico” sensato. Atual governador de São Paulo, ele transita entre uma postura moderada, apoiando reformas e colaborando com o governo petista, e uma simpatia ao bolsonarismo-raiz, evidenciada em decisões controversas, como sabotar o programa de câmeras corporais em sua polícia.
Essa conduta, embora questionável, reflete a falta de alternativas de Tarcísio. Sem o bolsonarismo, sua viabilidade eleitoral é comprometida; ficar inteiramente com ele também não é uma opção. O governador continua a se equilibrar entre essas posições opostas, buscando a presidência da República.
Esse equilíbrio é delicado e torna-se ainda mais instável à medida que os processos criminais contra Bolsonaro avançam, alcançando seu ponto máximo na campanha eleitoral de 2026.