A saga de Johny Bravo: Tráfico e poder na Rocinha

A Saga de Johny Bravo: Tráfico e Poder na Rocinha
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A Rocinha, uma das maiores favelas do Brasil, localizada na Zona Sul do Rio de Janeiro, é um microcosmo do desafio constante que as autoridades enfrentam no combate ao tráfico de drogas e à criminalidade. No centro desse cenário, está Johny Bravo, um dos criminosos mais notórios do Rio. Sua história é uma jornada fascinante e sombria que nos leva às profundezas do submundo carioca.

Johny Bravo, cujo nome verdadeiro é John Wallace da Silva Viana, é o líder do tráfico de drogas na Rocinha. Seu apelido, uma referência ao personagem de desenho animado de físico avantajado que usa roupas justas, reflete sua personalidade carismática e audaciosa. Sua ascensão ao poder na comunidade remonta a 2017, após a prisão de seu antecessor, Rogério Avelino da Silva, também conhecido como Rogério 157.

O que torna a história de Johny Bravo ainda mais notável é o fato de que ele enfrenta quatro mandados de prisão emitidos pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ). Apesar disso, ele mantém uma posição de poder indiscutível na Rocinha. De acordo com estimativas da polícia, Johny Bravo arrecada cerca de R$ 10 milhões por mês com uma variedade de atividades ilegais na comunidade, incluindo o tráfico de drogas.

Recentemente, as autoridades fizeram uma apreensão impressionante em uma mansão na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, que estava alugada por indivíduos de Minas Gerais. Nesta operação, a Polícia Federal confiscou 47 fuzis e munição calibre 556. O armamento estava destinado à Rocinha, levantando questões sobre o alcance e a influência de Johny Bravo, não apenas na Rocinha, mas também em outras regiões do Brasil.

A notoriedade de Johny Bravo vai além das atividades criminosas. Em comemoração ao seu aniversário, ele organizou uma festa que durou três noites. A celebração incluiu queima de fogos, postagens nas redes sociais, bailes e, é claro, um bolo de aniversário tradicional. Sua presença nas redes sociais atraiu a atenção de milhares de seguidores e curiosos, demonstrando sua capacidade de se manter visível, mesmo diante da lei.

Entretanto, a celebração de Johny Bravo foi ofuscada pela quarta prisão preventiva decretada pelo TJRJ. Esta última ordem de prisão foi emitida em agosto de 2021 e posteriormente ratificada pela 1ª Câmara Criminal do TJRJ. A investigação que levou a essa prisão começou em 2020 na antiga Delegacia de Combate às Drogas (DCOD), atual Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE). O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou 16 pessoas, incluindo Johny Bravo, por envolvimento em um esquema de distribuição de cocaína, maconha e crack na Rocinha.

Entre os acusados estão Leandro Pereira da Rocha, conhecido como Goiaba ou Bambu, Joel de Sousa Mendes, apelidado de Céu, e Thiago Silva Mendes Neris, também chamado de Catatau. Esses três são apontados como homens de confiança do chefe do tráfico. Goiaba é descrito como o chefe do comércio de drogas na parte baixa da Rocinha, enquanto Céu é considerado um dos principais responsáveis pela segurança de Johny Bravo, circulando pela favela armado com fuzis e granadas. Catatau, por sua vez, executa ordens do líder do tráfico e compartilha a responsabilidade de sua segurança com Céu.

A complexidade do caso de Johny Bravo e a persistência das autoridades em capturá-lo refletem os desafios enfrentados na luta contra o tráfico de drogas no Rio de Janeiro. À medida que a história de Johny Bravo continua a se desdobrar, a Rocinha permanece no centro das atenções das operações policiais e investigações em curso.

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