Matéria mostrou insatisfação de moradores de São Gonçalo e prefeitura correu para tapar buracos
Por Redação O CONTEXTO
Menos de 24 horas após O CONTEXTO publicar matéria sobre o asfalto e recapeamento de péssima qualidade aplicado pela prefeitura de São Gonçalo entre 2021 e 2022 nas ruas da cidade, o governo do prefeito capitão Nelson voltou a recapear buracos apontados pela reportagem. Em um desses pontos, localizado na Rua Cel. Serrado (Zé Garoto), crateras retornaram ao local, que havia sido recapeado há poucos meses.
Para o comerciante Fábio Silva, 40 anos, morador do bairro Zé Garoto, o asfaltamento na cidade é maquiagem antiga.
“São Gonçalo sempre foi maquiada. É difícil ver uma obra estrutural bem feita na cidade, por isso os problemas como os alagamentos persistem em nossa cidade. Os buracos são crônicos, sempre vão e voltam”, reclama o comerciante.
Na matéria https://jornalocontexto.com.br/goncalenses-questionam-a-qualidade-do-banho-de-asfalto-da-prefeitura/, publicada no último dia 1º, O CONTEXTO relativizou a constância histórica de buracos na maioria das ruas e avenidas de São Gonçalo, que representam um pesado custo para o bolso do contribuinte, que sofre com gastos frequentes na manutenção de veículos, ou durante enchentes, como exemplos.


Frutos de projetos equivocados, ações da prefeitura como essas soam mais com objetivo eleitoreiro do que para o desenvolvimento e a melhoria na qualidade de vida na cidade.
É mais fácil tapar buracos do que solucionar problemas, inclusive os que foram prometidos na campanha pelo atual prefeito, Capitão Nelson, como a limpeza e desassoreamento de rios, retirada de barricadas, entre outras propostas apresentadas pelo então candidato.
Coincidentemente, ou não, a operação “banho de asfalto”, massivamente divulgada pela prefeitura até as eleições do ano passado, pararam após o filho do prefeito, Douglas Ruas, ser eleito deputado estadual pelo Partido Liberal (PL). O “banho de asfalto” trouxe um caminhão de votos.
Um levantamento feito pela reportagem detectou que praticamente todos os buracos que foram tapados na cidade ou estão abertos novamente ou já foram recapeados mais de duas vezes, em período inferior a 18 meses.
De acordo com a auditora do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, Cláudia Viegas, o desperdício de dinheiro público está associado à ineficiência, pois são comuns erros na contratação de obras.
“A manutenção recorrente de ruas e avenidas podem denunciar falhas na concepção do projeto. Além da falta de especificações em contratos que contemplem variáveis como clima, tipo de solo e tráfego. De outro, está a burocracia. As autoridades se apegam à regra do menor preço definida pelos órgãos de fiscalização e desconsideram características regionais e exigências técnicas para os empreendimentos. Pelas fotos da reportagem é visível essa constatação”, explicou o auditora.
A prefeitura de São Gonçalo não respondeu aos questionamentos da equipe de reportagem de O CONTEXTO, entretanto, correu para tapar o buraco na Cel. Serrado, no bairro Zé Garoto, menos de 24 horas após a publicação da matéria veiculada no dia 1º de março. O espaço continua aberto para respostas.