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Em Cabo Frio, a crise se aprofunda com o atraso no pagamento dos profissionais da saúde. O governo do município, em meio à tensão, decretou um extenso ponto facultativo devido ao Dia da Consciência Negra, que começou quarta-feira (20/11) e se prolonga até sexta-feira (22/11), coincidindo com a data em que os salários atrasados deveriam ser depositados. Essa coincidência levantou suspeitas de uma possível manobra para adiar o pagamento.
Na última semana, o município já tinha estendido outros feriados, do aniversário da cidade (13/11) ao Dia da Proclamação da República (15/11). Esse novo ponto facultativo surpreendeu e aumentou a desconfiança entre os servidores, especialmente aqueles que ainda não receberam seus pagamentos.
Os salários estão atrasados há mais de 15 dias, e alguns trabalhadores relatam estar enfrentando fome e crises severas, incluindo tentativas de suicídio. Na segunda-feira (18/11), inicialmente marcada para o pagamento, protestos eclodiram em frente à prefeitura e pelas ruas. O pagamento foi adiado novamente para sexta-feira (22), mas os servidores permanecem céticos.
Na terça-feira (19/11), tentativas de diálogo com a prefeita Magdala Furtado foram infrutíferas, e os manifestantes foram recebidos pelo presidente da Câmara de Vereadores, Miguel Alencar. Em uma reunião com representantes da Saúde e outros vereadores, Miguel prometeu notificar o Ministério Público sobre o atraso nos pagamentos.
Os servidores informaram que o recurso do Fundo Nacional de Saúde já está na conta do fundo municipal, sem justificativa para a retenção dos pagamentos. A reunião também contou com a presença de vários vereadores. Miguel anunciou que exigirá do Executivo esclarecimentos detalhados sobre a aplicação dos recursos.
A prefeitura não respondeu aos questionamentos feitos pela imprensa.